Um pedido de Socorro!
O visceral grito do Acupe, baseado no nome do movimento de defesa desse aprazível bairro - SOS Acupe - ecoa por toda a cidade do Salvador.
A sociedade, pacata e omissa, está pagando o alto preço por uma administração equivocada, funcionários públicos incompetentes ou mal intencionados, leis defasadas e contrutores gananciosos.
O capitalismo selvagem, baseado na maximização do lucro, ignora o bom senso e agride frontalmente o meio ambiente e a qualidade de vida de milhões.
A lógica é perversa: o lucro para eles e os custos para toda a sociedade!
Acabamos de receber um e-mail de uma soteropolitana que mora em Campinas - SP, que mesmo à distância está acompanhando, indignada, o que está sendo imposto a essa bela cidade. Ela anexou um esclarecedor artigo de Dr. Paulo Ormindo de Azevedo - professor titular da UFBa e presidente regional do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) - com a síntese de uma "morte anunciada"!
Não é alarmismo, Salvador está a um passo do colapso absoluto!
Como o assunto muito interessa a todos, peço licença ao ilustre doutor para reproduzí-lo abaixo.
Salvemos Salvador, enquanto é tempo
Escrito pelo prof. Paulo Ormindo de Azevedo (*)
Em 60 anos de “laissez-faire”, a cidade acumulou índices assustadores de compactação demográfica e veicular, concentração de pobreza, insegurança e destruição do meio ambiente, que apontam para seu colapso em curto prazo.
Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filho e Candeias juntas faturam receita igual à de Salvador, transferindo para esta o passivo de serviços e infraestrutura.
As duas saídas rodoviárias da cidade, a Paralela e a BR-324, estão no limite e ainda se fala em construir uma ponte para Itaparica para trazer os caminhões da BR-101 para o nó do Iguatemi, em vez de construir um arco rodoviário. Isto quando Manhattan e cidades europeias cobram pedágios e proíbem a construção de novas garagens para evitar a entrada de mais carros.
Implodiram o parque olímpico da Fonte Nova, cujo laudo da Politécnica dizia ser recuperável, para construir uma nova arena menor e um shopping, para dois dias de festa.
O que acontecerá com a Copa, se chover, com a cidade alagada e parada como se viu há pouco? As questões ambientais têm o mérito de nivelar todos. Os condomínios fechados da Paralela foram invadidos por barbeiros, dengue, sapos, lagartos e cobras.
O senhor prefeito teve de mudar de casa e gabinete, mas prefere trocar postes cinzas por azuis do que rever um PDDU aprovado com 180 emendas de última hora.
(*) Paulo Ormindo de Azevedo - doutor pela Universidade de Roma, professor titular da Universidade Federal da Bahia e presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil - Deptº Bahia
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